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Escola de Samba e TRT da 8ª Região se unem em enredo contra o trabalho infantil
Fonte: Divisão de Comunicação do CSJT com informações do TRT da 8ª Região – Acessado em: 25-02-2019
A conscientização sobre a importância do combate ao trabalho infantil uniu o Tribunal Regional do Trabalho da 8ª Região (PA/AP) e a Escola de Samba da Matinha, de Belém. No sábado (23), a evolução e a harmonia desse trabalho conjunto entrarão na avenida com o enredo “No Ninho da Coruja – A criança e o adolescente têm direito de sonhar!”. A escola retratará, nas alegorias e nos adereços, as formas de exploração da mão de obra infantil, como o trabalho nas carvoarias e nos semáforos, a exploração sexual e outras que até hoje existem na sociedade.
Magistrados e servidores participam
O TRT da 8ª Região participou ativamente do projeto, iniciado em março do ano passado. O samba-enredo foi composto pela juíza do trabalho Vanilza Malcher, gestora regional do Programa de Combate ao Trabalho Infantil e de Estímulo à Aprendizagem, e por dois músicos locais. “É um samba que saiu da alma, do coração”, diz a magistrada.
O juiz do trabalho Cláudio Rendeiro será destaque na ala “Sorrisos a Brilhar”, que trata da alegria de combater e diminuir o trabalho infantil no país. Na verdade, quem entrará na avenida será Epaminondas Gustavo, personagem criado pelo magistrado para “traduzir o juridiquês”, bastante conhecido no estado. “É fabuloso você ver o carnaval, que é uma manifestação cultural por excelência, se aliar a uma causa tão nobre como essa, o combate ao trabalho infantil”, afirma o juiz.
Trabalho conjunto
A parceria surgiu em março de 2018 com o projeto “Ninho da Coruja”, que tem como finalidade estimular a educação, o desenvolvimento, a profissionalização, o empreendedorismo e o direito de sonhar das crianças e adolescentes do bairro de Fátima (antigo bairro da Matinha), que tem grande incidência de trabalho infantil. “Com as ações do projeto, a escola de samba deixou de ser apenas um espaço de samba e se transformou em um espaço de cidadania”, explica a desembargadora Zuíla Dutra, gestora nacional do programa de Combate ao Trabalho Infantil e de Estímulo à Aprendizagem e uma das coordenadoras da Comissão de Combate ao Trabalho Infantil do TRT da 8ª Região. A magistrada também se orgulha de o samba enredo ser inédito no Brasil. “Nunca uma escola de samba do primeiro grupo levou o tema do trabalho infantil para a avenida”.
A gestora nacional ressaltou ainda que uma pesquisa realizada em 2015 e divulgada em 2017 identificou as principais formas de trabalho infantil no Pará. “Em Belém, a principal atividade é o trabalho infantil doméstico, e mais de 25% dos alunos de escolas públicas são trabalhadores infantis”, afirmou.
Trabalho infantil na Região Norte
De acordo com dados do IBGE, entre os estados do Norte do Brasil, o Pará tem a maior população infantojuvenil, com aproximadamente 2,1 milhões de crianças e jovens. Entre elas, 168 mil estão em situação de trabalho infantil. Para combater esses números, a Justiça do Trabalho entrou na luta em 2012, e, em janeiro de 2014, os 24 Tribunais Regionais do Trabalho também passaram a atuar na causa.